sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Pela primeira vez em Fortaleza, a banda Farofa Carioca faz show de abertura da Alfândega Carioca, no Mucuripe Club.

Há 13 anos, o grupo Farofa Carioca surgia no cenário musical, revolucionando com uma mistura de samba, jongo, Hip Hop, choro e xote. E ainda tinha o tempero de suingue, humor e crítica social. Receita deliciosa para se tornar sucesso. Quando Seu Jorge, Gabriel Moura e o francês Bertrand Doussain (que também atendia pelo brasileiríssimo apelido de Bebé da Mangueira) saíram da banda, o baque aconteceu, mas não desanimou o grupo que continuou firme e forte.

Este ano, os "farofeiros" se mostraram ainda mais fortes e, além de uma segunda turnê na Europa ao lado de ninguém menos que Elza Soares, eles vêm tocando pela primeira vez no Nordeste. Hoje, é a vez de Wellington Coelho (percussionista), Sérgio Granha (baixista), Valmir Ribeiro (cavaquinista), Carlos Moura (trombonista), Sandro Márcio (percussionista) e Mário Broder (vocalista) colocarem o público de Fortaleza para cair no samba.

"Já fazia tempo que queríamos vir aqui, mas não dava. Este ano estamos passeando pelo Nordeste. Entrando onde tem calor e é tudo igual ao Rio de Janeiro. Não tem diferença. Estamos chegando onde a gente não tinha conseguido chegar. Estamos muito felizes", disse o farofa Sérgio Granha.

Para o show, ele avisa, que o repertório é dançante e tem o tempero do Rio de Janeiro. "A gente canta os maiores sucessos do primeiro disco "Moro no Brasil" (1997) e do segundo CD "Tubo de ensaio" (2008). Além, de fazermos versões de músicas de outros cantores bem no estilo da gente. Costumamos cantar Jorge Ben Jor, Tim Maia..."

O grupo se prepara para lançar, no próximo ano, o primeiro DVD - gravado em um show no Circo Voador e que teve participação dos antigos integrantes, como Seu Jorge e Doussain, além da madrinha Elza. "O DVD veio para comemorar os 13 anos. Para gente e para o Zagallo o número 13 é emblemático. A ideia era relembrar esses anos todos e marcar essa nova fase, mostrando a cara do grupo, a cara do nosso vocalista Mano Broder porque o grupo ainda tem a imagem muito ligada ao Seu Jorge. Foi muito legal. Seu Jorge veio da Europa direto para gravar o DVD com a gente. Ele faz parte dessa história".

No repertório do DVD, o público curtirá sucessos como "Moro no Brasil" e "São Gonça" até "Rap do Negão" e "Jacaré", além de seis músicas novas. "Uma dessas inéditas é do tempo em que tocávamos em uma roda em Santa Tereza e nem sabíamos o que seria o "Farofa Carioca"", diz o baixista, que fez segredo sobre qual é a tal canção.

Mas, ele não fez mistério na hora de explicar porque o grupo demorou tanto tempo para lançar um segundo CD (quase 10 anos) e só agora gravar um DVD. "Aconteceu a pulverização da mídia, a falência das gravadoras, que só queriam investir em artistas que dessem lucros imediatos e a dúvida do que ia acontecer. A saída do Jorge também foi muito traumática pra ele e pra nós, que tínhamos a obrigação de manter o mesmo sucesso. Ficamos desequilibrados, mas esse tempo nos amadureceu muito sobre o mainstream. E foi o Mano Broder que nos ajudou a voltar forte. Ele foi uma surpresa pra gente. O cara veio arrastando nosso bonde. Não é fácil, mas o cara tem talento", orgulha-se.

Granha ressalta ainda o fato dos músicos serem os mesmos da banda há 13 anos. A produção também! E todos mantêm trabalhos individuais. Será o segredo da longevidade e da harmonia? "Nosso castelo foi construído e montamos uma família. Cada um bebe da sua fonte e traz pro grupo. Um vai e se refresca no seu reggae, outro no samba, outro no blues. É um caos sonoro, mas que funciona há 13 anos", garante.

MAIS INFORMAÇÕES

Show das bandas Farofa Carioca, Banda São Ninguém e Batucada Elétrica, hoje, a partir das 22h, no Mucuripe Club.
(3254.3020).

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