quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O artista plástico Sérgio Helle lança o livro e a exposição "Acqua", amanhã, às 19 horas, na Galeria Mariana Furlani Arte Contemporânea

Mais de duas décadas dedicadas às artes serviram para aguçar a sensibilidade poética de Sérgio Helle. Senhor de uma pintura que nasce da mescla entre o tecnológico e a massa pictórica, ele faz surgir em suas telas, seres repletos de expressividade. Emoções que se concretizam através do olhar, da forma de sorrir e dos movimentos dos corpos.

Na exposição "Acqua", que será aberta amanhã, na Galeria Mariana Furlani Arte Contemporânea, o artista apresenta ao público um total de dezoito pinturas e quatro infogravuras em grandes formatos. São trabalhos que evocam uma pureza cinestésica, delicadeza amnióti-ca, sonho e imersão. As telas são um convite ao sensível. O olhar descansa num puro deleite.

A ideia de fazer "Acqua" veio de um trabalho da fotógrafa Nicoline Patrícia, que o artista viu pela internet. "Era a foto de uma mulher submersa. As distorções do corpo e de seu vestido na água me fascinaram", explica.

Na época, Sérgio Helle tinha acabado de fazer a exposição "Dobras Moles", cujo eixo temático estava tencionado nos detalhes, nos tecidos, nas formas orgânicas e cheias de vida. "Achei que era o momento de voltar a inserir a figura humana no trabalho. Dessa vez sob a água, e explorar os limites das imagens por meio de suas variações. A água desvenda novos ângulos de visão, com seus reflexos e suas lentes por onde as cores e formas são distorcidas, ampliadas e desfocadas criando novas imagens que, por momento, o olho se perde da figura e encontra a abstração", revela.

Fotografia

Para a exposição, o artista contratou a modelo e bailarina Nívea Jorge, que desenvolveu uma performance em uma piscina, movimentando uma colcha de retalhos. O trabalho foi registrado pelo artista por meio de fotografias e filmagem.

"A partir desse registro, escolhi as imagens ou fragmentos de imagens que mais me agradaram, e depois passei a trabalhá-las no computador. O que deu origem às infogravuras, e serviu de inspiração para as pinturas". O artista completa: "O meu trabalho consiste em captar imagens e informações que já existem, interferindo, manipulando e gerando novas imagens e informações, para mostrar algo mais, outro ângulo de visão. Vivo em um tempo em que me é permitido a utilização de fontes e materiais diversos, do papel artesanal ao computador, que é só mais una ferramenta", detalha o artista.

Livro

Junto a exposição, Helle lançará o livro, também, intitulado de "Acqua", que faz uma retrospectiva dos seus 22 anos de produção artística. O volume, que será vendido na galeria, traz obras de suas fases anteriores e das últimas três individuais completas: "Abraço de cinema" (2001); "Sonhos" (2002), e "Dobras moles" (2005).

"Não se trata de um livro para explicar minhas obras. O que me motivou foi, exatamente, o desejo de compartilhar minhas experiências por meio de narrações para aproximar o público desse trabalho. Com isso, além de um melhor entendimento das obras, se permite um acompanhamento da evolução artística", ressalta Helle.

Além da exposição Acqua, a Galeria Mariana Furlani Arte Contemporânea, abrirá, hoje, a partir das 15 horas, mais três individuais: "Mostra Floração" (com esculturas de Ana Costa Lima); "Mostra Relevos Modernistas" (com esculturas de Demetrius Coelho); e "Mostra Interstício" (com desenhos e pinturas de Rian Fontenele. Produção inspirada na poesia de Carlos Drummond de Andrade, Orides Fontela, entre outros). De acordo com Mariana Furlani, arquiteta e dona da galeria, esses três artistas estarão lançando novas obras no espaço.

Diversidade de linguagens e técnicas que promete agradar ao público.

Fique por dentro
A descoberta

"Minha lembrança mais remota é a de quando tinha cerca de cinco anos, ao fazer meu primeiro desenho. Lembro-me da sensação de que podia criar o que quisesse, um misto de poder e independência. Tinha desenhado um Batman, copiado de uma revista em quadrinhos. É impressionante como essa lembrança até hoje é muito clara. Não conhecia nenhum artista, de longe nem de perto, mas era o que eu queria ser". Depoimento de Sérgio Helle, publicado no livro Acqua

MAIS INFORMAÇÕES

Abertura da exposição e do lançamento do livro Acqua, de Sérgio Helle, às 19 horas. A partir das 15 horas, happy hour e abertura das individuais de Ana Costa Lima, Demetrius Coelho e Rian Fontenele; na Galeria Mariana Furlani Arte Contemporânea (Rua Canuto de Aguiar, 1401). Aberta ao público. Contatos: (85) 3242.2024/ 8814.1173

Nenhum comentário:

Postar um comentário