Fortaleza promove intercâmbio com Durban, na África do Sul

Gestora sul-africana visita capital do Ceará, compara cidades e fala em legado

A população sul-africana se beneficiou com a Copa de 2010 e isso deverá acontecer também no Brasil e em Fortaleza, em 2014, declarou ontem Julie-May Ellingson, chefe da Unidade Municipal de Projetos Estratégicos de Durban, na África do Sul, para a Copa do Mundo de 2010. Julie-May foi a convidada especial do Seminário de Intercâmbio Técnico Durban-Fortaleza, que reuniu representantes das doze cidades-sede brasileiras, além de empresários, técnicos e gestores da prefeitura e do governo do Ceará.

Segundo a visitante, Durban é uma cidade parecida com a capital cearense. Ambas são litorâneas, com forte potencial turístico e ambas possuem mesma geografia e número de habitantes. Para receber o Mundial, a cidade sul-africana precisou superar os altos índices de violência, além de problemas de mobilidade urbana e de infraestrutura. Durante os preparativos para 2010, as dificuldades também foram semelhantes às que afetam hoje os trabalhos em Fortaleza: problemas nas licitações e os decorrentes atrasos em obras de infraestrutura. Apesar disso, Durban conseguiu superar essas barreiras e sediou os jogos da África.

O impacto, disse Julie-May, será social e econômico. Além das obras de infraestrutura que ficarão para a cidade, como as avenidas alargadas, iluminação pública de qualidade ou a integração na rede de transportes, haverá um impacto maior: a mudança de percepção e da autoestima da população, diz ela. “Anos antes do Mundial em Durban, ricos, pobres, negros e brancos uniram suas forças para receber a Copa. Muitos estavam pessimistas e não acreditavam no seu próprio potencial, mas depois que o Mundial passou, a percepção deles estava transformada, estavam com a autoestima elevada” disse Julie-May.

Copa das Confederações
Há 10 meses, o Ceará luta para homologar o resultado da licitação do Castelão. “Estamos bem próximos de conseguir e estou ansioso por isso”, assegurou Ferrúcio Feitosa, secretário de Esportes do Ceará. Sobre a Copa das Confederações, Ferrúcio comentou que só existe uma forma de viabilizar o recebimento do campeonato no Ceará. “Conversaremos com a construtora escolhida para trabalhar em três turnos. Somente dessa forma, poderemos concluir, com muito esforço, a obra no Castelão e receber os jogos da Copa das Confederações, em 2013, mesmo faltando alguns detalhes no estádio”, disse Ferrúcio. Julie-May lembrou que Durban também passou por alguns problemas com a licitação e sugeriu que os tribunais e o litígio fossem evitados, para não prejudicar o cronograma local.