segunda-feira, 12 de julho de 2010

Fortaleza à espera da Copa de 2014

A Copa do Mundo pode ser definitiva para Fortaleza. Depois de muito tempo sem obras estruturais de grande porte e de atrasos sistemáticos nas últimas intervenções, a realização do evento mundial deve pressionar a cidade a se organizar.

Fortaleza foi confirmada como uma das 12 cidades-sede da Copa 2014 em junho do ano passado. Depois de uma década de poucas obras estruturais, a obrigação de se preparar para o mundial é a oportunidade de dar início a uma mudança significativa na forma urbana e na qualidade de vida da Cidade. As primeiras obras planejadas são de mobilidade: trânsito, transporte e circulação. Cinco vias de acesso ao Castelão serão alargadas, terão faixas prioritárias para ônibus, ciclovias e calçadas padronizadas.


Um “veículo leve sobre trilhos” (VLT), espécie de metrô de superfície, vai ligar o Mucuripe à Parangaba. A linha Sul do Metrofor vai ser finalizada, 11 anos depois, com 34 estações, uma delas também na Parangaba. Ali será formado um pólo intermodal - principal ponto de recepção e de redistribuição dos passageiros -, com o VLT, o metrô e os ônibus confluindo. Os semáforos serão retirados da Via Expressa. Nos cruzamentos com avenidas como Santos Dumont, Alberto Sá e Padre Antônio Tomás, as avenidas serão rebaixadas. Cruzarão a Via Expressa por baixo dela.

Há ainda o projeto de um viaduto na avenida Raul Barbosa, passando sobre a Murilo Borges. Essas obras estão no primeiro pacote fechado com o Governo Federal dentro do PAC da Copa. Entraram no bolo também o cronograma de reforma de estádios, aeroportos e portos. Os dois últimos eixos foram assumidos pelo Governo Federal. Para Ricardo Teixeira, presidente da Comissão Brasileiro de Futebol (CBF), os aeroportos são os maiores entraves na realização do evento.

Os estádios são responsabilidade do Governo do Estado. O eixo de mobilidade urbana tem recursos federais, mas execução do Estado e da Prefeitura de Fortaleza. Em janeiro, os três entes federados assinaram a chamada “matriz de responsabilidade”, um cronograma de cada etapa das obras. “Já temos definido: dezembro de 2012. Tem que estar tudo pronto até lá. Inclusive para credenciar Fortaleza a receber os jogos da Copa das Confederações, em 2013”, diz Felipe Araújo, coordenador do Projeto da Copa 2014 dentro da Coordenadoria de Projetos Especiais e Relações Internacionais da Prefeitura.


Para ontem

Pelo cronograma, neste mês de julho, devem começar as desapropriações na Via Expressa. Em agosto, serão lançados os editais de alargamento das cinco vias do pacote. Desapropriações, licitações e licenças ambientais são sempre a justificativa nos atrasos da Prefeitura. Dessa vez, o Município promete estar com a parte burocrática resolvida até janeiro de 2011 para começar a parte prática.



“A questão da mobilidade urbana tem sido nossa prioridade pela natureza das obras, pela complexidade de execução”, diz Felipe. A implantação do Programa de Transporte Urbano de Fortaleza (Transfor), que recupera e remodela o trânsito em dois corredores da cidade, teve início em 2008 e conta um atraso significativo. O primeiro lote de obras deveria estar pronto no fim deste ano, mas ainda faltam obras difíceis como o túnel e o viaduto na avenida Engenheiro Santana Jr, a intervenção na Antônio Sales e a ampliação dos terminais do Antônio Bezerra e Papicu.



“A metodologia do Transfor é a de causar o menor impacto possível. Só começamos um trecho quando termina o outro. Vimos que isso gerou um delta adicional de tempo”, explica Daniel Lustosa, coordenador do Transfor. Segundo Daniel, com as obras da Copa será diferente. Primeiro porque as cinco vias somam cerca de 20 quilômetros, bem menos do que os 82, do Transfor. Depois porque União, Estado e Município têm interesse no bom andamento das obras. Vai haver fiscalização. Serão gastos R$ 261,4 milhões somente com os alargamentos. Só com desapropriações são R$ 85,7 milhões. A ocupação ao longo do trilho, do Mucuripe a Parangaba, é uma das que terão que ser retiradas.



Fonte: O povo.

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