terça-feira, 13 de setembro de 2011

Musical de Chico Buarque no Teatro do Dragão do Mar

O musical de Chico Buarque de Holanda, Ópera do Malandro, invade o palco do Teatro do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura para contar a história de dois inimigos e da boemia do Rio de Janeiro na década de 40. Esta semana a peça será apresentada dias 14 e 16 de setembro, quarta e sexta-feira, sempre às 19 horas. Os ingressos podem ser adquiridos no local e custam R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia).

Desde os anos 70, o musical de Chico Buarque vem divertindo platéias de todo o país, com a irreverência e o deboche de seus personagens, cheios de brasilidade, sempre travando uma luta diária pela sobrevivência. Em 1986, a história virou filme e agora ganha uma adaptação do teatrólogo cearense Thiago Arrais, professor adjunto do curso de Teatro do IFCE.

A equipe de realizadores conta com 31 participantes, entre o elenco de alunos e ex-alunos do IFCE e profissionais convidados, como Luiz Otávio Queiroz (direção coreográfica), Luiz Carlos Prada (direção vocal) Ayrton Pessoa (direção musical), Yuri Yamamato (criação de figurino) e André Moura Lopes (criação de audiovisual).

Thiago Arrais, por vezes contemplado em editais da SECULT, Funarte e Prefeitura de Fortaleza, assume a direção da peça, que é a montagem de conclusão da primeira turma do curso de Licenciatura em Teatro do IFCE.

Ópera do Malandro

A narrativa se passa na Lapa, no Rio de Janeiro dos anos 40, no contexto da Segunda Guerra Mundial e do fim do Estado Novo, quando produtos industrializados americanos chegavam ao Brasil especialmente por meio do comércio ilegal.

A disputa pelo tráfico dessas maravilhas importadas gerou conflitos, como a rivalidade entre o comerciante e dono de bordéis Fernandes de Duran e o contrabandista Max Overseas. O embate entre os dois inimigos ganha intensidade quando a filha de Duran, Teresinha de Jesus, casa-se, em segredo, com Overseas.

O texto original de Chico Buarque foi baseado na Ópera dos mendigos (1728), de John Gay, e na Ópera de três vinténs (1928), de Bertolt Brecht e Kurt Weill. Enquanto Gay escreveu sobre as Bocas de Lixo de Londres e a sociedade vitoriana no século XVIII, Chico nos apresenta as ruas do Rio cheias de bordéis, agiotas, policiais corruptos e empresários inescrupulosos.

Em sua primeira montagem, no ano de 1978, o espetáculo foi encenado por grandes nomes do teatro brasileiro, como Ary Fontoura, Marieta Severo, Emiliano Queiros e Cláudia Jiménez. Naquela época, o regime da ditadura militar foi decisivo na escolha do período em que se passaria a história, a ditadura de Getúlio Vargas. E foi assim que Chico fez uma alusão às duas eras.

O enredo da peça ainda hoje serve como pretexto para abrir discussões sobre o capitalismo, o poder do dinheiro, a entrada das multinacionais no país e a corrupção. Ópera do Malandro é um convite à reflexão sobre o mundo em que vivemos, sem deixar de lado a simpatia do povo brasileiro.

Com informações do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura.

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